Eu finalizei a leitura da autobiografia da Lisa no mesmo dia de seu lançamento, incapaz de largar o livro pra fazer qualquer outra coisa (estava de férias).
Muito embora finaliza-lo parecia vivenciar novamente a sua morte, eu não consegui poupar as páginas. E que presente.
Resolvi voltar aqui e escrever algo porque: 1 - não escrevi nada esse ano; 2 - eu acabei de reler a postagem que fiz sobre ela em decorrência da sua passagem pra outro lugar que eu não sei bem onde é.
Declaro que escolhi diversas fotos pra ilustrar essa postagem porque é difícil não querer estampar o mundo com a figura ridícula de tão linda que é essa mulher, então meio que vai ter muita imagem gratuitamente, apenas aceite e aproveite.
Eu sempre tive minhas convicções muito fortes com relação a Lisa. Não sei bem quando eu tomei conhecimento de sua existência durante minha vida enquanto filha do rei do pop, porque a sensação é de que a conheço desde que eu existo. Da mesma forma que eu olho pro Michael e SEI das coisas, simplesmente SEI, eu também sempre soube, de formas misteriosas, quem era a Lisa verdadeiramente, seus sentimentos, pensamentos, mágoas. Em geral, eu conhecia o coração daquela mulher.
Mas claro, não vamo também dar uma de paranormal sensitiva e achar que eu a conhecia do nada. Lisa SEMPRE foi a pessoa mais transparente que eu conheço. Michael não era assim, com o Michael é questão de linhagem mesmo, conheço porque fui gerada naquele ventre. Ler a biografia confirmou cada fragmento de certeza que sempre tive.
cada um deles.
Até a transparência e honestidade da Lisa foram retratadas no livro, confirmadas pela Riley, sua primogênita. Sempre tive asco de fã bestão do rei do pop que odiava a mulher de graça porque ela partiu o coração do alecrim.
De todos os defeitos que eu tenho, ser cega pra quem eu amo não é um deles.
Conheço cada defeitinho podre e imaturo do meu pai, não passo pano pra ele mas também não deixo que falem mal, aí já é demais. Mas ela podia.
Lisa podia tudo.
Esse post é uma homenagem a mim também, e a minha capacidade de enxergar exatamente quem ela é.
Que orgulho.
Quanta lágrima. Quanta dor.
Ao fim do livro eu não apenas choramingava, eu chorava FEIO. Não sei se foi o talento da Riley pra escrita, ou a minha capacidade irritante de me colocar na pele do outro, mas aquelas palavras me atingiram como se ela tivesse morrido ali, na minha frente, naquele mesmo momento. Como um pesadelo que se vive repetidas vezes.
A dor da Riley me atingiu de uma forma que eu não esperava porque, provavelmente, sou imbecil. Minha paranormalidade sensitiva não tinha material pra escanear minha quase irmã e me devolver informações. Mas as palavras dela sim. Que dor.
O capítulo realmente dedicado ao Michael é apenas um, embora ele retorne posteriormente como o responsável pela Lisa saber dar gelo nas pessoas e tira-las de sua vida de uma forma tão competente: ela aprendeu com o melhor: mister Jackson.
Devo dizer que a Riley sempre foi a pessoa mais doce do mundo quando se tratava de falar do ex-padrasto, e no livro não poderia ter sido diferente.
Tive medo? Tive. Como falei, não conseguia escanear a criatura, mas o medo se mostrou bobo, reflexo de uma vida amedrontada com tudo que diz respeito a Michael Jackson.
Que delícia que foi ler o cotidiano daquela breve família. Que delícia querer dar um murrão na cara dele pra ver se ele acordava e se tornava um marido melhor.
Mas tudo bem, sabemos que ele foi o melhor que pôde. Ela soube, eventualmente, é o que importa.
Danny Keough você é um anjo. E bonito. Como pode, né?
Acredito que Deus fez a Lisa encontrar a alma gêmea dela nessa vida pra compensar a avalanche de tragédia que circundava aquela existência. Danny é uma pessoa como nenhuma outra. Que família linda eles criaram que depois o Maicon veio talaricar kkkkkkk.
A Riley descreveu de uma forma trágica e bonita o término deles. Comparou a Romeu e Julieta, "o veneno bebido por engano", quando ela, ao ouvir rumores de que ele pediria o divórcio, foi lá e pediu primeiro.
O plot twist? Ele nunca pediria o divórcio.
Uma pena. Mas ou terminava ou eles se matavam, eu creio, e eu sei do que falo. A única chance de viverem felizes para sempre seria se realmente abandonassem as carreiras e se mudassem pra Xique-Xique Bahia. Fora isso, é interferência demais, gente demais, remédio demais, vida de menos.
Triste. Bonito e triste.
Devem estar de boa agora. Eu escolhi acreditar.
Eu não tenho nem como começar a falar sobre o que foi a criação dela, ou a devoção que o Elvis tinha pela filha, e como essa devoção era completamente mútua. Sua vida em Graceland, o modo como era o capeta em forma de gente porque ela podia, e as pouquíssimas mas marcantes repreensões que recebeu de seu pai que a moldaram como uma grande rebelde com espírito de pirata, como ela mesma dizia.
Ninguém deveria ter que vivenciar a morte do pai como ela, aos 9 anos. Muito menos a morte do filho que mais adorava. Não me refiro a amar, ela ama todos infinitamente, uma leoa em forma de mãe. Mas adoração ela tinha pelo Benjamin. Tem. Sempre vai ter.
Alguma parte minha acha que ela acreditava que o Ben fosse a mesma alma do pai dela. Falta fontes sobre essa afirmação, é só eu paranormal sensitiva.
A família toda tinha devoção uns pelos outros, Riley e Ben são dois irmãos que se adoravam de uma forma que eu não lembro de ver por aí (não saio de casa também).
Eu já me perdi novamente.
Lisa e Elvis.
Perder o pai foi mais que perder uma figura paterna. Lisa nunca mais conseguiu se sentir segura novamente. Ela chega a dizer que o Michael foi a figura mais próxima do pai dela que ela conseguiu vivenciar, mas não era o pai dela.
Descobrir que até o último dia de vida, em seus piores momentos, ela ia com os 4 filhos pra Graceland dormir na cama do pai foi um negócio que me partiu ainda mais o coração.
Elvis, definitivamente, não morreu. Não pra aquela família.
E conforme eu lia, me senti meio envergonhada por "ai espero que o Michael vá receber ela quando ela chegar no portão do céu", porque, PELO AMOR DE DEUS, ele que se recolha a sua insignificância de marido nº 2 e espere.
Eu gosto de imaginar, e espero estar muito certa com essa info que eu criei, que quem estava lá com ela quando ela foi embora daqui eram seu pai e seu filho. Que todos fiquem bem de seus vícios e possam seguir, seja lá pra onde a gente segue, e eles consigam acompanhar as meninas que ficaram.
Eu não consigo parar de falar sobre esse livro, então é melhor que eu finalize por aqui.
É bizarro que grande parte dessas pessoas não estejam mais aqui. Estranho esse negócio de foto, mas que bom que existe.
Meu amor pela Lisa é gigante e eu nem sei bem o porquê. De verdade. Lá por 2005 não tinha uma alma pra gostar dessa mulher perto de mim, mas meu coração sempre derreteu por ela. Eu tinha, lá no fundo, uma esperança de ir num show dela, porque a bicha era low profile, talvez viesse pro teatro dona Amélia aqui no SESC.
Essa parte é brincadeira, mas eu realmente achei que daria pra eu ir um dia, talvez conhecer. Tinha até feito um script no qual eu sequer mencionaria o marido nº 2, e olha que é difícil, mas eu tinha batido o pé. Respeito que chama.
Eu só queria dar um abraço nessa senhora. Era tudo.
Alguém falou que a Lisa só aceitaria vir na terra como uma realeza.
Vamos esperar que o próximo reinado seja mais gentil, então.
Te amo, Lisa.
"Levou toda minha vida
Para finalmente descobrir
Que eu não estou no clima
Para ser que nem você
Talvez esteja tudo bem
E talvez não
Eu conduzirei meu coro
Eu vou dar um jeito"
I'll figure it out - Lisa Marie Presley
"Ei cara, o que diabos nós sabemos?
A gente erra depois a gente acerta
Quem quer que esteja comandando o espetáculo
Há uma coisa que eu preciso saber
Você poderia suavizar os golpes?"
Soften the blows - Lisa Marie Presley