Sempre depois de cada crepúsculo
Eu me pergunto até quando eu vou manter essa farça..
Até quando eu vou continuar me enganando?
Tentando me forçar a acreditar no meu final feliz
No dia da redenção?
Até quando?
Já tá mais do que na hora de eu entender que nem tudo é como eu quero
Na verdade, nada é como eu quero
Tá mais do que na hora de eu entender que, uma vez longe, nunca perto
Nunca.
Nunca mais.
A vida te tira um monte de coisas e depois te dá um sorvete pra te entreter
Mas há muito o meu derreteu, e eu já não tenho vontade de tomá-lo
E tudo é uma porcaria nessa altura do dia
Quando a noite é mais escura e o vento machuca todas as partes do meu ser
Ao cair, as gotas de chuva parecem cantar a mesma triste melodia
Coisas tão assustadoramente dolorosas que não existem meios possíveis de expressar
E eu sinto que pra sempre vou carregar isso dentro de mim
Algo que é impossivel de ser compartilhado
Compreendido...
Algo que com o tempo só aumenta a dor
É tão confusamente inevitável...
Como se doesse todas as partes de mim, sempre ao cair da noite
A cada troca de estação
A cada monção
E isso é tão meu!
Talvez a única coisa que eu tenho plena certeza de possuir
Esse vazio que eu carrego dentro de mim
Algo pelo qual eu poderia passar o resto da minha existência falando
Sem nem ao menos ser possivel a sua descrição
Mas é meu.
Minha dor.
Meu vazio.
E depois de todo esse tempo
Tudo que eu posso fazer é suportar a dor que perfura minha alma
Como explicar algo assim?
E essa é mais uma certeza da eterna solidão do ser humano
No fim, é só a gente mesmo
Minha dor doída, uma dor só minha
Sem porque, sem pra quê, só dói por doer
Como a certeza de que o amanhecer vem a cada anoitecer
Levando embora meus segredos que ferem
Até o próximo crepúsculo.
"Se fosse só sentir saudade
Mas tem algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar..."
Angra dos reis - Legião urbana
domingo, 15 de fevereiro de 2009
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