terça-feira, 21 de novembro de 2017

Em todo lugar


Você é tudo que eu tenho, dentro do espectro do que não me abandona, um paradoxo de algo que já foi há tempos, mas nunca saiu daqui.
Você me vem em forma de lágrimas que vertem de onde eu achei que a seca já tivesse tomado conta.
Você me vem como um sorriso feliz e triste, tudo ao mesmo tempo, sem conseguir escolher muito bem o que quer ser. Você é o que sempre vai me faltar, muito embora eu nunca o tivesse. Você não é a minha paz, tampouco minha inquietação. Você é a minha indignação. O meu suspiro contrariado e cansado de "tanto faz" em cada guerra que eu já não me atrevo a lutar.
Eu já quis te deixar orgulhoso com minhas escolhas, mas nunca consegui sequer uma repreensão por tudo que desisti de ser. E eu te amo. Ininterruptamente, como sempre digo. E sempre encontro novas formas de te amar mais, quando penso que não será mais possível. Mas sempre é.
E você me dói, em cada célula do meu corpo, em cada fio de cabelo grudado em mim. E eu não tenho mais idade, mas eu te amo pra sempre.
Você nunca esteve aqui e sempre vai estar.
Você não está em lugar nenhum, em todo lugar.




"Havia um menino
Um menino muito estranho e encantador
Dizem que ele vagava muito longe, muito longe, por terra e mar 
Um pouco tímido e de olhar triste, mas muito sábio ele era 
E, então, em um dia, um dia mágico, ele passou pelo meu caminho 
E enquanto falávamos de muitas coisas, tolos e reis 
Isso ele me disse:

A única e maior coisa que você irá aprender
É simplesmente amar e ser amado em troca"

Nature boy - Nat King Cole