sexta-feira, 31 de agosto de 2012

just stay


Pela primeira vez eu queria que o mês de agosto não acabasse nunca.
Mas me conformei a dizer adeus há muito tempo pra me demorar com despedidas.
É o meu nome.
Vai nessa.


"Elvis é meu pai, Marilyn é a minha mãe,
Jesus é meu melhor amigo.
Eu não preciso de ninguém, porque nós temos um ao outro,
Ou pelo menos eu finjo"

Body electric -  Lana del Rey

sábado, 25 de agosto de 2012

l e v e (me)


Quem diria que logo eu iria ceder ao "já que não tem tu, vai tu mesmo".
Que grande papelão, minha filha.
Regredindo com o passar dos anos.
Só mais um pro currículo extenso.

Chegou a um ponto onde eu já não tenho mais esperança.
Nunca senti isso tão forte quanto agora.
Nem to achando ruim. Esperança dói pra caralho.
Porque é tudo o que é: esperança. E mais nada. Só se resume a uma palavra de merda.
É até menos pesado andar assim.
Tão menos pesado que nunca me senti tão leve.
Tão menos pesado que qualquer um pode me carregar
Qualquer coisa pode me levar.

Essa é a última vez que eu vou chorar.



"Dois meses se passaram e está ficando frio
Sei que não estou perdida, só estou sozinha
Mas não chorarei, não desistirei
Não posso voltar agora
Acordar é saber quem você realmente é"


Exodus - Evanescence

domingo, 5 de agosto de 2012

A more honest place to be


E às vezes eu ainda penso em dizer: "mas você não sabe como é!", e logo em seguida eu percebo o quão inútil seria.
A verdade é que eu gostaria de dizer: "Eu queria que você pudesse ver o que eu vejo", e mesmo assim, a certeza do pensamento nunca existiria.
Eu olho pra cada uma dessas paredes pálidas ao meu redor. Olho como se fosse a primeira vez. Olho como se tudo se resumisse a isso. Tudo parecia bem menor da última vez que eu estive aqui. Talvez eu tenha encolhido, afinal de contas.
Quanta raiva eu tenho do barulho lá fora.
É insuportável. O barulho me obriga a ver tudo o que eu deixei do lado de fora dessas paredes, e eu não gosto - eu odeio. Odeio que a vida ainda esteja aí pra ser vivida, mesmo que não exista pra mim.
E eu sei o que me perguntariam, se algum dia alguém viesse falar comigo: "Por que você não abre a porta e sai?".
Não fui eu que me coloquei aqui, disso você pode ter certeza, estranhoemalgumlugar.
Eu nasci com características cruéis de serem herdadas, jamais apta pra sobrevivência nesse lugar.
Aprendi a conviver bem com tudo o que me faltava, até o dia em que eu percebi que não seria o suficiente. Tudo o que eu fiz, toda a parte de mim que eu me permiti abrir mão pra tentar ser aceita já não adiantava mais. Não seria boa o suficiente.
O resto da história é bem fácil de deduzir.
Quatro paredes.
Quatro paredes e uma esperança sobre-humana de ter de volta quem eu era antes de ter tentado crescer.
Quatro paredes e um cansaço nunca antes visto por alguém aos 21.
Eu olho pra minha lista no skoob, orangotag, filmow e toda porcaria tecnológica que quantifica as obras lidas e assistidas durante a minha vida, e no último mês eu devo ter batido algum recorde. Tentativas frustradas de achar minha história em algum lugar, e, quem sabe, me sentir um pouquinho menos só.
Deitada. Com todas as listas cheias e um coração vazio. Murcho, pra falar a verdade.
Murcho como uma laranja que teve o seu sumo extraído.
Já nem tenho raiva mais. Já nem escuto o barulho lá fora.
As festas, os fogos.
Me sinto neutra.
Eu finalmente aprendi que não posso esperar lealdade das pessoas.
Aparentemente elas tem várias coisas a oferecer, mas lealdade não é uma delas.
Infelizmente é tudo o que eu mais valorizo.
Aprender não significa o fim da dor ou da mágoa. Significa assimilar os fatos e só.
Mas eu realmente já não me importo com o barulho.
As festas, os fogos.
Eu rezo.
Eu rezo, mesmo sem fé - o que me faz pensar que isso seja uma prova de fé por si só, só não sei em quê.
Fé em mim, em Deus, no futuro, no acaso.
Eu rezo pra que um dia faça sentido.
Pra que não tenha sido em vão.
Pra que as paredes me ensinem mais do que eu poderia aprender lá fora.
Pra que a solidão não doa mais.


I still love the people I’ve loved, even if I cross the street to avoid them.
Uma Thurman