quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Sometimes, heaven can't wait



Eu não entendo bem oque tô sentindo agora, não choro a morte de uma celebridade há muito tempo, mas algo na partida da Lisa me remete a perder o Michael de novo, mesmo sabendo que não é possível. Eu certamente não esperava isso, sequer passava pela minha cabeça estar aqui escrevendo algo do tipo.

Ter ela aqui era uma segurança de alguém que, não só conhecia o Michael de verdade, como também o amava de verdade, e cujo amor era completamente recíproco. 

Sempre estive atenta pra o modo como a Lisa se expressava (e como se expressava bem!).Como defendia como leoa as pessoas que amava, mais do que era capaz de defender a si própria. Quando se tratava dela, acabava deixando de lado. Vivia por todo mundo, pelo pai, pelos filhos e, sem querer soar tendenciosa, viveu muito pelo amor que tem pelo Michael e pelos erros cometidos (principalmente do lado dele).

Lisa sempre foi filha de alguém, esposa de alguém, mãe de alguém - coisa que ela fazia com muita alegria, por sinal, mas que carrega o fardo do desperdício consigo, porque Lisa é uma excelente compositora. Story teller, como chamam. Eu sou muito grata por ter tido a oportunidade de ouvir o que ela tinha a dizer, e nos últimos nos, eu desejei TANTO que ela dissesse mais, que se expressasse mais... mas Lisa tinha morrido mais uma vez, junto com seu filho. 

Lisa morreu tantas mortes em uma só vida que eu acreditava que ela fosse, de alguma forma, imortal. "Invincible", como um de seus amores. Mas não era, e talvez a perda do Benjamin tenha sido o golpe que faltava pra parar um coração tão grande, tão vulnerável. 

Lisa viveu pra ver a cinebiografia tão sonhada sobre a vida de seu pai, e também a sua. Elvis - o filme, acaba por ser uma homenagem a ela também. É a sua primeira perda ali. Tem muito mais a ser contado, mas ela já contou, basta ouvir tudo que ela nos disse.

Hoje eu sinto muito, muitíssimo, pela Riley, pela Finley e pela Harper. Riley, que estreia Daisy Jones and the six logo em março, no auge da sua carreira, tendo sobrevivido a perda do irmão, ser atingida por um terremoto desses. Eu sinto muito! Como disse seu querido amigo, John Travolta: "Lisa, baby girl, I'M SO SORRY!" Todos nós sentimos, John.

Algo dentro de mim achava que a Lisa pudesse sair dessa por suas filhas, como se houvesse qualquer lógica nas aleatoriedades da vida (o próprio Michael deixou 3, 4 se contar comigo). Mas se houver, Lisa precisou ir. 

Seu último álbum se chamava Storm and Grace, homenagem a Ben, cuja faixa título é uma carta de amor a complexidade desse filho. Benjamin Storm. É injusto dizer que era o filho que ela mais gostava, mas quando ouvimos o que ela tem a dizer, entendemos a sua preocupação.

Passado meu choque e a enxugando a maior parte dessas lágrimas, eu caio na crença "Viva-a vida é uma festa", de que, enquanto eu lembrar dela, ela sempre vai estar aqui. 

E que agora ela está lá, e que talvez seja recebida por rostos conhecidos, e que consiga, de alguma forma, confortar as suas meninas.

E nas palavras dela, eu finalizo com um de seus pedidos, muito antes da ida do Ben:


Hey man what in the hell do we know? 

We strike out and then we strike gold

Whoever is running the show, there's one thing that I need to know:

Could you soften the blows?


Eu te amo pra sempre, Lisa. 


Fiquem todos bem. Todo o meu amor, pensamento e coração à vida de cada um de vocês, onde quer que se encontrem nesse ou em outros universos. Deus queira que pegue internet por aí.

Eu os amo pra sempre.


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