quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

I think I'll go to Boston


A cada dia que passa eu sinto que vou me fechando ao redor de mim mesma.
É uma vontade tão sufocante - esta, que me envolve - de sair por aí, de conhecer cada pedaço desse mundo.
É uma dor pensar em ir.
É uma dor pensar em ficar.
Já vou fazer 21. O tempo corre quando você se entretêm com o nada, meu bem.
E mais uma vez, eu daria meu reino por aspirações cotidianas, mas nasci com sonhos maiores do que eu, e uma vontade sobre-humana de perseguir o que eu quero.
Não tem nada que me prenda aqui. Nada.
Eu quero ir pra Nova York. Me entorpecer nas luzes da Times Square.
Quero me hospedar nos últimos andares de hotéis de grandes cidades.
Quero conhecer o campo. Islândia.
The Northern Lights.
Quero andar pelas florestas escuras da Estônia, caminhar pelas ruas da Noruega.
Quero ver o que tem de tão interessante em Paris. Me sentir menininha nos campos da Irlanda.
Quero passear por Londres à procura de inspiração - e talvez Hogwarts.
Quero visitar a Califórnia quando tiver triste.
Quero ir pra Boston, quando precisar me encontrar.
E quando eu tiver ido à todos esses lugares, eu quero ter pra onde voltar.
Quero uma casa minha. Clara. Com uma cama gigantesca. Com um mapa mundi na parede.
Eu não quero reuniões do escritório. Não quero churrasco no domingão pra os amigos do meu marido. Não quero ter que arrumar a casa todos os dias. Não quero dias entupidos com o trabalho e feriados programados.
Eu quero viver.
Eu quero me surpreender com a vida.
Quero não saber o que vou fazer no próximo final de semana, com a certeza de que, seja lá o que for, pode ser bom ou ruim, mas eu vou fazer alguma coisa.
Quero burlar as leis que a gente cria sem se dar conta.
Quero sair numa segunda-feira à tarde e trabalhar num domingo de madrugada.
Eu quero transgressão, eu quero tradição, eu quero tudo o que me fizer sentir o que de fato é viver.
Todos falam, poucos vivem. Muito poucos.
Eu quero mais.
Esse é meu pecado, essa é minha salvação.
Se eu não nasci pra esse mundo, só me resta explorar.
Eu quero um telescópio. Quero ouvir línguas diferentes.
Eu quero ir pra lua.
Eu quero ir pra Boston.

Mas mais uma vez: dói pensar em ir; dói pensar em ficar.



"Ela diz eu acho que vou para Boston...
Acho que vou começar uma nova vida,
Acho que vou começar de novo, onde ninguém sabe meu nome"


Boston - Augustana


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