quarta-feira, 20 de junho de 2012

Prestes a acontecer


Mas é uma bobagem sem tamanho, sinceramente.
Uma falta do que fazer e do que pensar.
Eu poderia me aprofundar em cada merda existente, mas to usando a tática das mentiras perfeitas e finjo que nada aconteceu. Se começo a pensar, paro.
Imediatamente. Antes de dar tempo pras outras merdas chegarem.

Contei pra minha mãe, parcialmente, algumas coisas.
Ela quase se comprometeu em construir uma máquina do tempo pra mim.
Ela é tudo o que eu tenho.

O que eu mais queria nesses últimos dias, seria uma explicação convincente sobre o porque dessa solidão e dessa estranheza, o porque de eu não saber o que fazer com isso.
Não sou como as outras pessoas que se parecem comigo, não casei cedo e tive um monte de filho por medo de ficar só.
Pelo contrário.
É quase como se eu aceitasse. Não gosto, mas aceito.

Hoje eu descobri que uma menina que cresceu comigo em Recife morreu em um acidente.
Ela morava do lado da casa da minha avó. Tinha 20 anos.
Eu tenho fotos com ela desde bebê.
Não era minha amiga, mas lembro de conversar com ela quando eu era criança, tenho alguma coisa no meu diário chamando ela de chata. A gente cresceu e nem oi trocava mais. Não era algo que eu realmente me importava.
Daí ela morreu. 20 anos. Deixou 2 filhos, um de 5 anos e um de 8 meses. É triste.

Eu me pergunto o que eu deixaria se morresse agora.
Eu deixaria esse blog, e ele nem tá liberado pra buscas no google.

 

Nenhuma grande história deixada pra trás.


Eu ultimamente tenho sentido tanta falta de alguém.
Tanta falta, mas tanta falta que chega a ser absurdo.
Nutri um amor tão imenso por certas pessoas que não existem que a falta delas me mata.

Gosto muito de ficção científica.
Universos paralelos.
Se eles realmente existem, em algum universo eu tenho um irmão ou uma irmã.
Não acho que seja mais que um.
E, Deus... como eu te amo e sinto sua falta! Senti enquanto crescia, quando riam de mim na rua e me chamavam daquelas coisas, senti sua falta em cada briga dos nossos pais, te gritei quando ele foi embora, pedi que você existisse em todas as crises dela e todas as vezes em que ela foi parar no hospital, e, hoje, eu temo todas as próximas vezes que eu vou desejar que você exista e esteja aqui, porque só tá piorando e nada realmente muda.

Talvez, se você existisse, eu não fosse assim.

E aí eu te procuro em todo lugar. Em pessoas erradas. Em gente que já tem uma versão real sua e não tá procurando ninguém pra adotar.
Eu sou sempre a que levanto a asa das pessoas e tento me encaixar lá embaixo, e na maioria das vezes, acabo na ponta, meio descoberta, passando frio mas com medo de reclamar e perceberem que eu não pertenço ali.

E já foram tantas vezes.
Já foram tantas vezes que eu prometi a mim mesma que já deu. É inútil.
Tenho que aceitar.
Nunca vou ter o direito de crescer com alguém, todo mundo daqui em diante é novo.
Não sei por onde anda as pessoas que dividiram a melhor época da minha vida comigo. Mal lembro delas. E quando meus pais não estiverem mais aqui, eu vou ser a única pessoa que me viu crescer.
Deus... começo a questionar se vale a pena.

É só isso que eu peço. Uma explicação pra o porque dessa solidão.
Tem gente que acha que é só, mas não é.
Todo mundo só tem a si mesmo, essa é uma condição da espécie humana, mas quando algo acontece, de bom ou de ruim, eles tem a quem recorrer, eles tem com quem celebrar.

Bobagem bobagem muita bobagem quem vem me dizer que pelo menos eu gosto disso.
Tem uma distância de anos luz entre gostar e não ter opção, entre tentar e esfregar a integridade no cimento.

É triste, mas eu não preciso de piedade.
Eu não sei do que preciso.
De qualquer forma, ninguém vai ouvir.


"Você queima brilhante demais
Você vive rápido demais
Isto não se pode manter por muito tempo
Você é uma tragédia prestes a acontecer"
 
Red - Elbow

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