segunda-feira, 17 de outubro de 2011

October


Eu não tenho mais pra onde correr.
Eu nunca vou fugir de mim, a não ser que eu durma por alguns dias.
Não é uma péssima opção.
Quem não tem nada não perde nada.
É lógico, é matemático, continha de 1ª série.
Eu não quero mais brincar disso.
Eu quero liberdade e quero pertencer a algum lugar.
Me mostrem por onde eu devo começar.
Não me consolem com um "poderia ser pior".
Me mostrem que tudo vai ficar bem.
Me façam agradecer por estar viva, novamente.
Me ensinem a sorrir com pequenas coisas.

Onde estão meus sentimentos?
Onde foi parar toda a minha graça?

Quando eu cheguei nesse estágio de não me importar mais tanto assim?
Já se tornou normal agir por conveniência.
Por que?

O tempo de sair da caverna acabou. Definitivamente.
Não só por necessidade, mas por questões de vontade.
Acabou. Foi-se embora.
Estragou.
Perdeu a graça.

Eu sei que vou me enforcar em tanta corda.
É só uma questão de tempo.




It was sometime in October; she had long ago lost track of all the days and it really didn’t matter because one was like another and there were no nights to separate them because she never slept anymore.
Sylvia Plath, Tongues of Stone 

0 milagres: