quinta-feira, 22 de maio de 2008

Obrigada J.K., por tudo!


Sabe, tava aqui de bobeira quando acabei batendo os olhos no meu livro Harry Potter e as relíquias da morte.
Eu não consegui aguentar. Ainda é muito triste pra mim pensar que o livro que acompanhou fases da minha vida, que me ajudou tantas vezes a fugir da minha triste realidade e me fez encontrar consolo em Hogwarts acabou!... Eu cresci lendo aquilo!
Foram tantos risos, tantas lágrimas, tantas vezes que o meu coração bateu mais forte a cada palavra daquele livro!...
Hoje ele bate mais devagar quando eu penso que nunca mais, nunca mais irei sentir o que eu sentia ao ler Harry Potter....
Toda aquela espera, contagem de dias, vigília pela estréia do livro e o gostinho de aventura nova, cada captura do pomo, mais um pedaço de história desvendada, mais uma fase na minha vida e na vida dos personagens, mais uma dose daquilo que me mata e me salva.
Meu primeiro contato com Harry Potter foi estranho. Eu não lembro do filme, mas lembro do que aconteceu depois. Era meu aniversário de 11 anos e depois de uma festinha, eu fui pra casa dos meus padrinhos, que também eram meus vizinhos. Quando cheguei lá eles estavam assistindo um filme, A pedra filosofal, porém nem sabia o que era aquilo. Assisti o filme, e lembro que o garoto protagonista fazia 11 anos quando recebeu sua carta para Hogwarts. Vendo isso, desci correndo e fiquei na portaria do condomínio esperando a minha carta que ainda não chegou.. Meus pais me procuraram por horas... eu sou persistente, talvez receba ainda, minha coruja deve ser atrasada ou esquecida que nem eu...
Sabe, lembro do primeiro livro que eu li, nem era meu, meu amigo havia me emprestado, mal sabia eu que ele iria mudar a minha vida. A pedra filosofal foi a porta pra um novo mundo, do qual iria se tornar mais do que conhecido pra mim, iria se tornar a minha segunda casa.
Eram pessoas novas a conhecer, amizades que começavam, histórias apresentadas.
Lembro que assim que devolvi esse pedi logo A câmara secreta, e devorei. Até hoje Harry Potter é o livro mais rápido de se ler que eu conheço. Não tem figuras, as letras são minúsculas, as páginas só faziam aumentar de livro pra livro, porém o gosto de retornar aquele lugar era inimaginável.
Daí veio O Prisioneiro de Azkaban, o qual eu julguei assim que li como o melhor livro da série. Hoje eu não saberia afirmar isso, é difícil. Mas foi lá que eu conheci um dos personagens mais adoráveis, e que hoje eu sinto muita falta e pra sempre lembrarei, apesar de tudo, o Lupin, adorado Moony. E claro, o Sirius, o grande Padfoot. Marotos foi o acontecimento pra mim.
O cálice de fogo chegou, e com ele muita aventura e suspense. A série começava a tomar um tom pesado.
A ordem da fênix assustava por ser o livro mais comprido, porém foi um dos melhores. Quem não se encantou com a metamorfomaga mais famosa de Londres, a Tonks? Porém foi o primeiro livro a ter mortes significantes, foi muita lágrima derramada pelo insubistituível Sirius, que teve uma morte até hoje muito suspeita. Há quem diga que ele ainda vive e um dia sairá do véu... eu só posso acreditar, nunca vou ter certeza.
Lembro claramente do lançamento do Enigma do Príncipe e todo o rolo pra comprar o livro. Eu precisava dele naquele dia, e acabei ganhando da minha, até então, madrasta. Sempre lembrarei disso. O sexto livro começava num tom sombrio, frio, e por incrível que pareça o clima no qual eu me encontrava também estava assim, o que me fez acreditar que haviam dementadores a solta.. nunca se sabe.
Esse também foi o livro em que todos choraram a morte do adorado Dumbledore. Eu particurlamente tive que ler o capítulo de novo, não entrava na minha cabeça, porém não me fez muita falta... não sei porque, até me senti meio insensível...
Mas como tudo tem um fim... chega o último livro da série As relíquias da morte, o livro que já começa te fazendo chorar com os agradecimentos e com os textos que antecedem a história. Eu, partirculamente, morri quando li o trecho:
"e a você, que acompanhou Harry até o fim."

Velho!!! Isso me matou!!! Eu sabia que era o fim, mas ler isso me matou por dentro. E quando eu continuei e vi os dois textos... nossa! O pior é que eles só fazem sentido depois que você lê tudo. Porém, depois que você termina o livro e volta pra ler o segundo texto do início você desaba, pelo menos eu desabei. Como pode isso terminar? Ler Harry Potter era uma das coisas mais importantes da minha vida! Durante todos esses anos todas aquelas pessoas eram eu! Eu havia me transformado em Harry, Rony, Hermione, Fred, Jorge, Neville, Luna, Gina... eu sabia o que eles pensavam, eu sentia o que eles sentiam, eu sofria o que eles sofriam, eu os via, eu conseguia sentir o sabor de uma cerveja amanteigada e feijõezinhos de todos os sabores, eu sei como é terrível o gosto da poção polissuco, eu torci pra Grifinória a cada jogo de quadribol, eu sabia a sensação de voar com uma vassoura, eu cresci como eles tentando me esconder sob a capa da invisibilidade e xingando o Filch.
Quantas vezes eu me sentia triste e o Fred e o Jorge vieram e me alegraram com suas gemialidades tão proibidas pela senhora Weasley? Perdi as contas.
Eu mal consegui parar de ler, pra mim naquele momento só existia Hogwarts, Largo Grimmaldi, A toca... E a minha surpresa quando vi que o meu Lupin, meu Moony, meu Aluado havia morrido! Foi terrível, mas o pior ainda estava por vir, quando um dos meus gêmeos morre... Fred significava tudo nas gemialidades, sem Fred não tem George, sem George não tem Fred... Sem gemialidades não tem Harry Potter!!!
Meu mundo desabou nesse momento... eu não conseguia parar de chorar, simplesmente não podia.
E depois de tantos anos, tantas aventuras, tantos sofrimentos com Harry, aprendizagens e romances com Hermione e sorrisos com Rony, eu li o que pra mim seria a última frase do livro:
"já tive problemas suficientes pra vida inteira."

Mas como assim?! Não pude acreditar que o meu herói, meu amigo iria se aposentar de toda essa vida... porque isso significava que eu também iria com ele...
Porém, essas não foram as últimas palavras do livro, ainda havia os 19 anos depois. Mas fiquei com medo de ler. Sempre tive a mesma idade deles, porque eu era eles, mas o que me aconteceria se eu lesse o resto da vida deles? Tive que descobrir. E não foi legal. Sinceramente, saber que eles estavam vivendo vidas normais não me agradou, porque EU ERA ELES!!! E o "tudo estava bem" foi a frase mais triste que eu já li na minha vida... simplesmente morri.
Mas foi assim que o ciclo se encerrou. Páginas lidas, livro fechado, cabeça a mil.
Sonhei muito aquela noite. Eu no Ministério, em Hogwarts, na Toca... sonhei com os falecidos, como se pudesse ainda dar um último adeus a todos eles, e dizer mais pra mim do que pra eles, que eles estarão pra sempre no meu coração. E todos os dias eu preciso ler o segundo texto, pra me consolar até o dia em que isso vai se tornar apenas um ritual, não uma necessidade:
"A morte é apenas uma travessia do mundo, tal como os amigos que atravessam o mar e permanecem vivos uns nos outros. Porque sentem necessidade de estar presentes, para amar e viver o que é onipresente. Nesse espelho divino vêem-se face a face; e sua conversa é livre e pura. Este é o consolo dos amigos e embora se diga que morrem, sua amizade e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais."

William Penn, More fruits about Solitude

Mais que um livro, Harry Potter é um amigo. Foi criado um laço tão forte de amizade que nos faz derramar lágrimas incessantes por cada morte, por cada tristeza e por cada descoberta que eles fazem.
Exagero?
Não creio. Não creio que sofrer por algo assim seja pecado ou exagero. Qual a diferença deles pros meus amigos que eu vejo todos os dias? Não sei. Harry Potter [e aqui eu menciono todos que compõem a saga] esteve comigo em todos os momentos, com ou sem amigos por perto, triste ou feliz, faça chuva ou faça sol.
E pensar que tudo o que a gente mais queria ao ler o livro era desvendar o final. Mas e agora? O que nos resta?
Quem foi que disse que a conclusão do mistério era melhor que a ânsia da espera?
ESTAVA ERRADO!!! =(
Mas o que me consola, mais do que tudo, é que não importa o que aconteça, Hogwarts vai estar sempre aqui pra mim e pra quem estiver disposto a entrar lá. E por mais que alguns dos nossos amigos tenham morrido, eles vão estar pra sempre presentes na nossa memória, sempre, pois só morre de verdade, aqueles que são esquecidos.

- Mas me diga uma última coisa - disse Harry. - Isso é real? Ou esteve acontecendo apenas em minha mente?
Dumbledore deu um grande sorriso, e sua voz pareceu alta e forte aos ouvidos de Harry, embora a névoa clara estivesse baixando e ocultando seu vulto.
- Claro que está acontecendo em sua mente, Harry, mas por que isso significaria que não é real? pag.: 562

melhor frase do livro.

Howgarts nos espera de braços abertos sempre, pois o Expresso de Hogwarts não parará nunca, ele sempre sairá a cada 1º de setembro de cada ano na estação de King´s Cross, Plataforma 9 3/4, Londres.
Até o próximo verão!

"Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo,
Eu vou pra Hogwarts pra poder te ver,
Mas os testrálios estão de mal comigo..
Estou sozinho sem um HP
E a solidão é o meu pior castigo,
Sem livro novo vou ter que reler,
Mas não faz mal eu gosto mesmo é disso, por que?..."

O George sem o Fred - Grupo Legilimência.


OBRIGADA J.K., POR TUDO!

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